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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A princesa, a bruxa e a Liberdade - 4. Incertezas (cont.)

- Bruxas não criam nada. Elas transformam a partir de outros elementos, por isso, o importante é ser rápido o bastante para não deixar tempo para que ela aja.
- Mas aquela varinha não pode transformar uma pessoa no que ela quiser?
- Nem todas as bruxas têm varinhas. Para transformar os elementos, como eu disse, precisa de outro elemento e também energia. Essa energia vai se tornando maior com os anos de prática das bruxas. Se a energia da bruxa não for alta, não tem o porquê de ela criar uma varinha.
- Mas como ocorre essa transformação?
- As transformações usam energia da feiticeira e a matéria da madeira que são passadas para o corpo da pessoa a partir da ordem da bruxa. Não pense que é uma madeira comum. Existe toda uma preparação para se fazer uma varinha. Talvez possa ser que Brianna não tenha uma varinha mágica, mas com todos os anos de experiência que Brianna tem, é bem capaz que já tenha criado a sua.
- E como posso lutar contra magia.
- Magia só se luta com magia. E como você não tem esse dom, terá que usar a rapidez e quebrar a varinha mágica dela. Uma vez quebrada, não terá elemento para passar energia. Agora quero ver se é rápido o bastante com as espadas.
- Não deveria ter dúvidas disso. Senhor Daniel, lute comigo.
Daniel, um dos dez guardas que estavam a postos no campo aberto em que treinavam já se preparava para a luta.
- Não. Você não vai lutar com ele. Vai lutar comigo. Pode me dar essa espada, senhor Daniel.
Daniel olhou para Henrique, esperando ordens. O príncipe hesitou um pouco, mas depois confirmou:
- Dê a espada para ela. – e dirigindo-se a Manda – Não sabia que bruxas também lutavam com espadas.
- A maioria não luta, mas eu sou diferente.
Começaram a luta. Manda mostrou uma boa habilidade com a espada. Faltava-lhe força, mas a sua agilidade confundia Henrique. Ele, no entanto, mostrava experiência e ataques treinados, enquanto ela mostrava ser nova no ramo das espadas, mas não menos preparada. Quando Henrique se mostrava vencedor, Manda saía de seus ataques com esperteza e criatividade, mas não conseguia ataques efetivos em Henrique. Ele mostrava estar se divertindo com a luta e pensava nunca ter visto uma mulher como essa, com habilidade nas espadas.
- Está cansada, Lady? Seu ramo são os feitiços, admita.
- Como esse?
A espada de Manda começou a brilhar, e não era o reflexo do sol, pois era um brilho vermelho. Henrique, assustado, se afastou, e desconcentrou-se ao olhar para magia, sendo o golpe fatal para Manda. Ela apontou a espada ao lado de seu pescoço.
- Xeque mate, sir. Uma lição é nunca se desconcentrar com uma magia. Bruxas fazem muito isso.
Henrique, num movimento rápido, abaixou sua cabeça, desviou-se e passou uma rasteira em Manda. Ela soltou sua espada e ao mesmo tempo, ele tomou sua mão para que não caísse. Sentiu algo estranho percorrer pelo seu corpo, como um rio passando por dentro de si. Soltou-se dela na mesma hora, deixando-a cair no chão e ficou olhando seus dedos, admirando o que poderia ter acontecido de diferente.
- Ai! Pelo visto você ganhou. – disse a garota, já no chão. Ergueu-se e viu o rosto intrigado de Henrique.
- O que você sentiu foi magia passando por seu corpo. Você estava com a minha energia.
- Eu poderia ordenar alguma magia com a sua energia?
- Sim, enquanto estivéssemos conectados e eu estivesse liberando magia. Caso você não faça isso, você pode ser o elemento da transformação.
Ele sentiu um frio percorrer-lhe a espinha ao ouvir essas ultimas palavras. Poderia não ser tão fácil, mesmo com a ajuda de Manda, resgatar a princesa Marie. Ela se levantou, foi até Henrique, colocou as mãos em seus ombros fazendo massagem.
- Não se preocupe, não é tão difícil quanto parece. Vamos, temos mais lições pela frente. – e estendeu a mão para que levantasse.

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